Visto para yonsei: ‘Devemos corresponder a vontade dos nikkeis que nutrem o desejo de vir trabalhar no Japão’, diz Abe

A Comissão de Orçamento da Câmara dos Representantes do Japão se reuniu na tarde do dia 28 de novembro e o deputado Mikio Shimoji – membro do partido Nippon Ishin no Kai, de Okinawa – , colocou novamente em pauta a concessão do chamado visto para yonsei (visto de longa permanência para os descendentes de japoneses da quarta geração), e o intercâmbio e bolsa de estudos para os descendentes da América do Sul, defendendo a necessidade de reforçar as relações com a sociedade nikkei – comunidade dos descendentes de japoneses fora do Japão. O primeiro-ministro Shinzo Abe prometeu tratar do assunto junto ao Ministério da Justiça do Japão para instituir esses regimes.
Mikio ShimojiShimoji fez referência à reunião anterior da Comissão, relembrando que “o primeiro-ministro mostrou forte consideração aos descendentes da quarta geração, mas o trabalho de instituição do regime não tem avançado no Ministério da Justiça”. O deputado japonês também fez menção à visita que realizou às comunidade nikkeis do Peru e do Brasil – ele esteve em território brasileiro em julho deste ano – quando participou de um evento no Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social) ao lado do deputado federal Walter Ihoshi (PSD-SP) com o intuito de colher opiniões da comunidade nikkei interessada no tema – e afirmou que “eles são japoneses como nós”. “A questão é importante”, disse Shimoji, que defendeu com veemência a necessidade do regime.

Falou também sobre o pequeno número de estudantes bolsistas originários da América do Sul: “Se pensarmos no número de descendentes japoneses existentes na América do Sul, a quantidade de vagas é pouca. Existem opiniões de que faltam candidatos para preencher o número de vagas existentes, mas talvez falte uma abordagem mais forte do Ministério das Relações Exteriores em relação aos nikkeis (descendentes de japoneses fora do Japão)”.

Dando o exemplo do Festival Mundial Uchinanchu, o deputado sugeriu abrir vagas voltadas a músicos descendentes. “Acredito que criar uma identificação mútua com a Sociedade Nikkei venha a ser importante para o futuro do Japão”, dando relevância à necessidade de reforçar os laços com a Sociedade Nikkei.

Por último, pediu um posicionamento do Primeiro-Ministro: “Estamos chegando a um momento crucial na definição de políticas em relação aos nikkeis. Cheguei a visitar o Japan House, mas devemos fazer uso de múltiplos recursos para nos comunicarmos com os nikkeis. Sem uma atitude do Primeiro-Ministro, estas questões não avançarão”.

Cobrança – Em resposta, o primeiro-ministro Shinzo Abe declarou que visitou vários descendentes, inclusive de terceira e quarta gerações, principalmente na América Latina. “Os nikkeis são nossos companheiros com quem compartilhamos a mesma pátria-mãe. Eles sentem orgulho de terem suas raízes no Japão, assim como uma forte admiração pela nossa nação. Acredito, sinceramente, que nós devemos corresponder à vontade dos nikkeis, que nutrem o desejo de vir e de trabalhar aqui no Japão”.

Na reunião anterior da Comissão de Orçamento, o primeiro-ministro Abe foi indagado pelo deputado Shimoji a respeito da proposta de lei de facilitação da entrada de descendentes da quarta geração e, na ocasião, Abe instruiu o ministro da Justiça a estudar a viabilidade da proposta.

Segundo Abe, o ministro declarou que a pasta estaria se esforçando “para criar um regime de capacitação de pessoas, tendo como alvo os descendentes de quarta geração, que assumam a função de ponte de ligação entre o Japão e as sociedades nikkeis de fora”. E emendou dizendo que intenciona “cobrar ainda mais o Ministério da Justiça”.

Diante da resposta do primeiro-ministro, o deputado Shimoji declarou: “A sociedade nikkei guarda muita expectativa em relação ao primeiro-ministro Abe. Desejo que o Governo adote diversos meios para atender ao anseio das comunidades”.
Fonte: Jornal Nippak – matéria traduzida do Nikkey Shimbun

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